Sob o mote “dez minas, dois países, uma paisagem” foram delineados os principais percursos de património arqueológico-industrial nas áreas mineiras da Faixa Piritosa Ibérica, repartidas pelo Alentejo e Andaluzia. Este trabalho foi efetuado no âmbito do projeto GEO_FPI financiado pelo programa transfronteiriço Interreg POCTEP VA, https://www.igme.es/GeoFPI/pt/default.htm. Em cada espaço mineiro foram utilizados critérios comuns de cartografia e de definição de percursos temáticos, sendo avaliadas as condições de visita e o seu apoio através de centros de interpretação e trilhos devidamente assinalados. O LNEG desenvolveu o projeto GEO_FPI em conjunto com o Instituto Geológico e Mineiro de Espanha, a Junta de Andaluzia e o Município de Aljustrel, com o objetivo da valorização sustentável da Faixa Piritosa Ibérica, uma das principais províncias metalogenéticas da Europa.
O grupo de minas estudado em Espanha incluiu as explorações de Peña de Hierro, Concepción, La Zarza, Confesionarios (Valdelamusa), San Telmo e Tharsis. No lado português da Faixa Piritosa foram consideradas de NW para SE, as minas de Caveira, Lousal, Aljustrel e São Domingos. Na definição das rotas mineiras foram ponderadas as condições de segurança para os visitantes e o interesse patrimonial de cada infraestrutura (cortas, poços, galerias, unidades de processamento de mineral, meios de transporte e edifícios industriais).
No seu conjunto, as áreas mineiras do SW ibérico formulam um território focado na exploração de jazigos de sulfuretos maciços, podendo os trajetos denominarem-se como parte de uma Rota da Pirite. Trata-se de uma abordagem à atividade extrativa sobre recursos metálicos desenvolvida em alguns casos na época romana e, modernamente, entre o séc. XIX e a atualidade.
No caso específico da mina de Aljustrel, o percurso principal centra-se no setor de Algares, onde, há cerca de 2000 anos figurava a mina romana de Vipasca. Sobre o chapéu de ferro da massa de Algares Oeste o Município de Aljustrel implantou com apoio do GEO_FPI um passadiço, sendo nele colocados 5 painéis de interpretação com conteúdos preparados entre as equipas do LNEG e do Museu de Aljustrel. Os temas considerados incluem a geologia, a exploração mineira e a paisagem envolvente.
Nas minas portuguesas que se dispõem ao longo das rotas transfronteiriças salientam-se várias estruturas de acolhimento como o Centro Ciência Viva do Lousal o Museu de Aljustrel e a Casa do Mineiro em São Domingos.
Todas as informações sobre as rotas temáticas do projeto GEO-FPI estão disponíveis em
PATRIMONIO_400K_ZSP_2020.pdf (igme.es)
A cartografia geológica da Faixa Piritosa Ibérica, produzida pelo GEO_FPI encontra-se disponível em Geo_FPI – Plataforma digital – Catálogo de datos (igme.es)
Em complemento, pode ser visualizado o vídeo sobre património mineiro da FPI preparado pelo IGME e LNEG em Instituto Geológico y Minero de España (IGME) – YouTube.
As atividades de património geológico e mineiro do projeto GEO-FPI foram coordenadas pelas equipas Manuel Vázquez Mora Pilar Orche Amaré e Angel Alberto Martínez Girón (Junta de Andaluzia), João Xavier Matos e Sara Santos (LNEG), Mayte Lopes e Alejandro Diez Montes (IGME), e Artur Martins e Carlos Pedro (CM Aljustrel).