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Resumo: A elevada capacidade dos minerais micáceos para capturar e incorporar diversos elementos químicos na sua rede e nos espaços entre camadas aconselha que se investiguem as possibilidades de os utilizar como indicadores em estudos relacionados com a definição das características e da composição original dos fluídos magmáticos e hidrotermais presentes na altura da formação. Daqui se infere o interesse potencial deste tipo de investigação geoquímica na prospecção mineral, particularmente quando em presença de metalizações pneumatolíticas e/ou hidrotermais associadas a processos de magmatismo ácido.Com este objectivo, colheram-se 60 amostras de filões de natureza e composição diversas (mineralizados e estéreis) numa região mineira do norte de Portugal (entre Vila Pouca de Aguiar e Vila Real). As respectivas moscovites, após conveniente separação e purificação, foram submetidas a análise geoquímica multielementar por espectrometria de emissão por plasma, com aplicação de métodos particularmente desenvolvidos para esse fim. A composição química dessas moscovites no que concerne um certo número de oligoelementos revelou a existência de diferenças geoquímicas com algum significado. Assim, as micas de veios auríferos evidenciam enriquecimento significativos em Cu, Pb, Zn, Ag, Cd, As e (V) relativamente às micas provenientes de aplito-pegmaritos e estaníferos. Estas, por sua vez, detêm concentrações mais elevadas em Be, B, Sn Nb e (Mn). Entretanto, elementos como o Mo e W, parecem caracterizar mineralização volframítica em greisens. As estruturas habitualmente desprovidas de mineralização – aplito-pegmatitos turmalínicos – manifestam enriquecimentos em P e empobrecimentos na maioria dos elementos metalíferos.
Estes resultados mostram existir, assim, para além de eventualmente outros, um factor fisico-químico que pode conferir uma assinatura própria aos diferentes estilos de mineralização presentes. Assim, a distinção entre:
- i) estruturas com mineralização de Au-Ag;
- ii) estruturas com mineralização de Sn-W; e
- iii) estruturas estéreis
parece ser possível a partir da aplicação de critérios geoquímicos com base na análise de oligoelementos seleccionados em moscovites de filões e veios.
Estes resultados, ainda que com algum carácter preliminar devido ao baixo número de amostras tratadas, apontam para a utilidade desta metodologia de investigação na prospecção mineira, particularmente às escalas mais detalhadas de trabalho e da prospecção mineira.
Resumo: Este trabalho refere-se à prospecção de sulfuretos maciços polimetálicos com contexto geológico particular da Faixa Piritosa Ibérica, onde as potenciais formações portadoras das mineralizações se encontram ocultas sob uma cobertura ceno-antropozóica. Analisam-se detalhadamente os trabalhos de prospecção realizados e respectivos resultados que abrangem os domínios da geologia e da geofísica.Nesta área de alto risco situada a norte da falha de Grândola, a gravimetria constituiu o método base da prospecção e evidenciou vários alvos, tendo num deles sido descobertos, em meados de Agosto de 1992, uma massa de sulfuretos maciços polimetálicos que se designou por jazida da Lagoa Salgada. Descreveu-se com detalhe a estrutura deste depósito mineral localizado a 130 m de profundidade, onde a sua parte mais próxima da paleosuperfície de erosão está representada por um chapéu de ferro que contém para além de outros, alguns metais nobres.
As sondagens de reconhecimento efectuadas permitiram a elaboração de modelos geológico-estruturais complexos, onde os tufos ácidos que acompanham as mineralizações foram sujeitos a forte hidrotermalismo, revelando algumas daqueles furos, teores relativamente elevados em Pb, Zn, Cu, Sn Ag e Au.
Dado o potencial mineiro revelado pela área de Valverde-Lagoa Salgada, uma empresa de capital estrangeiro (Sociedade Mineira Rio Artezia) veio a interessar-se pela mesma, tendo os “Serviços Oficiais” cessado a sua actividade no fim de Maio de 1993.
Resumo: As diversificadas aplicações que determinadas argilas, comercialmente designadas por bentonites, tem no campo industrial, advém-lhes do facto de possuírem propriedades muito características que as destacam das restantes, designadamente o seu poder aglomerante, plasticidade, viscosidade, capacidade de permuta iónica e tixotropia, além de outras.Em Portugal, apesar dos consumos serem relativamente elevados – cerca de 12000 t em 1990 – não existem explorações desta matéria prima, pelo que a mesma tem sido importada na totalidade, o que implica um dispêndio em divisas constantemente crescente e mais acentuado nos últimos anos.
Na expectativa de preencher, ainda que parcialmente, tão importante lacuna, a Direcção-Geral de Geologia e Minas realizou, entre 1984 e 1990, a prospecção desta matéria prima nos território nacional. No presente trabalho dá-se conta das formações que no contexto geológico do Centro e Sul de Portugal, apresentaram características mineralógicas e tecnológicas das bentonites, indicando-se as reservas desta matéria prima relativamente a uma das áreas seleccionadas no maciço granodiorítico de Benavila (Aviz): 5X106 ton. aproximadamente.
Resumo: O autor apresenta, de uma forma experimental, os resultados da aplicação do método mineralométrico, com base na amostragem de solos superficiais de interflúvios em rede detalhada, à descoberta de jazidas primárias de cassiterite, volframite (scheelite) e ouro. Os ensaios realizados, com colheita de amostras nos nós de rede de 50 x 50 metros, permitiram delimitar de forma apertada os blocos de terrenos onde afloram as jazidas estano-lungstífera de Vale Pião e auro-argentífera do Vieiro.Em consequência, considera-se que esta modalidade de prospecção mineralométrica pode ter uma aplicação prática e proveitosa em programas de prospecção de áreas cujo enquadramento geológico seja similar da região mineira de Góis.
Resumo: Na região entre Vila Pouca de Aguiar e Vila Real, no norte de Portugal, onde ocorrem com maior significado, mineralizações de Au-Ag e Sn-W associadas a rochas magmáticas ácidas, desenvolveram-se estudos de investigação litogeoquímica aplicados à prospecção mineira.Os resultados mostraram a existência de “assinaturas geoquímicas” distintas nos granitóides envolventes das mineralizações, quer à escala regional, quer local, através da definição de auréolas de dispersão para certos elementos traço e que, provavelmente, terão resultado da actuação dos fluídos hidrotermais posteriores à cristalização das rochas. Dos 25 elementos analisados, o Pb, Rb, Mn, Ba, Sr, B, Sn, F, Li, Zn e Zr, forneceram anomalias litogeoquímicas (positivas e negativas) em estreita relação espacial com a mineralização presente.
A distribuição geoquímica destes elementos traço nas rochas granitóides sugere que os dois estilos principais de mineralização presentes na região (Au-Ag e Sn-W) podem ter sido originados em estádios distintos. Os resultados obtidos concorrem para evidenciar o interesse na aplicação das metodologias de índole litogeoquímica nas estratégias de prospecção mineral.