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Resumo: Nesta publicação está condensado um estudo feito no Mintek (Council for Mineral Technology), África do Sul, tendo em vista a viabilidade económica da aplicação de um circuito de flutuação da pirite em meio alcalino numa mina de ouro, uma vez que o circuito tradicional em meio ácido, tinha quase deixado de ser lucrativo após a descida drástica verificada no preço do urânio em meados dos anos oitenta.O estudo consistiu em testar vários métodos para a destruição por oxidação do cianeto contido nos resíduos da lixiviação do ouro, resíduos estes que constituem a alimentação da lavaria de flutuação, seguido de um estudo comparativo da flutuação da pirite aurífera em meio alcalino e ácido. Após análise detalhada dos resultados, foi recomendada a substituição do circuito de flutuação em meio ácido por um circuito em meio alcalino e ácido.
Após análise detalhada dos resultados, foi recomendada a substituição do circuito de flutuação em meio ácido por um circuito em meio alcalino, depois do tratamento dos resíduos pelo processo Inco SO2/Air para oxidação do cianeto. Este método era não só viável, como também mais vantajoso que o tradicional.
Resumo: Neste estudo, o autor aborda diversos aspectos da problemática dos riscos ambientais associados à exploração mineira em Portugal. Tratando-se de um tema relativamente novo entre as comunidades científicas e empresarial do país, reflecte sobre o estado da arte numa perspectiva didáctica, visando contribuir com sugestões para o estabelecimento de novas linhas orientadoras de I&D neste domínio e proporcionar informação técnico-científica a outros interessados no tema. Ao mesmo tempo, enuncia alguns dos problemas que podem adquirir maior relevância no quadro das actividades mineiras.Aproveitando a disponibilidade de alguns dados geoquímicos, obtidos de sedimentos de corrente e solos aluvionares colhidos na envolvente de várias minas abandonadas do país, o autor aponta para a existência de anomalias geoquímicas para metais pesados diversos que provieram, em grande extensão, das escombreiras e detritos resultantes da exploração. As associações entre os elementos são diferentes consoante os casos de estudo, definindo-se “assinaturas geoquímicas” específicas que são relacionáveis com as paragéneses e mineralizações originais. Elementos químicos como o As, Pb, Zn, Cu, Cd, Ag, Sb, Mn e Fe afiguram-se como potencialmente nocivos em termos ambientais, sendo merecedores, por isso, de maior atenção em estudos futuros.
Resumo: O autor apresenta os resultados da aplicação da fotogeologia à prospecção de rochas quimberlíticas no campo do Cacuílo (Angola). Após uma apresentação breve da geologia do campo, descreve as chaves que representam corpos quimberlíticos e refere os principais critérios utilizados.Salienta-se que, sobre fotografias aéreas à escala 1:40000, é possível ver 17 chaminés das 113 ocorrências que constituem o campo de quimberlitos do Cacuílo.
Resumo: A área de Pé da Pedreira, onde se define um sinclinal muito aberto, levemente mergulhante para SSW, integra-se no bordo SW do Planalto de Santo António, grande estrutura monoclinal inclinada suavemente para Sul. Está limitada a Sul e a Oeste por falha normal que põe em, contacto os calcários de cores claras do Dogger com os de cores escuras do Malm.Os estudos realizados conduziram à definição de três grandes unidades litostratigráficas temáticas: Vidraços da Base (Batoniano Inferior), Calcários Ornamentais (Batoniano Médio) e Vidraços do Topo (Batoniano Superior).
As diferenças variedades ornamentais com proveniência da área de Pé da Pedreira e definidas de acordo com os interesses comerciais, fazem parte da unidade Calcários Ornamentais. As características que levaram à sua diferenciação prendem-se, fundamentalmente, com aspectos granulométricos e são consequência das frequentes variações laterais de fácies que se verificam no interior desta unidade, como é típico do ambiente sedimentar em que terá ocorrido a deposição (barreira oolítica).
Resumo: Novos dados de natureza petrográfica e estrutural foram recolhidos na fácies de bordadura (granitos róseos: G0) do complexo plutónico anelar de Monforte-Santa Eulália tendo em vista, como objectivo principal, a optimização da actividade extractiva de rochas ornamentais neste maciço granítico. Com o apoio preliminar da fotografia aérea, a recolha exaustiva, no terreno, de dados petrográficos e estruturais, e o seu posterior tratamento estatístico, determinou a escolha de sete locais para realização de sondagens mecânicas com recuperação. O cruzamento dos dados superficiais com os de profundidade, permitiu descriminar padrões petrográficos e de fracturação, estudar a sua variação espacial e identificar factores penalizadores para exploração industrial. A análise microscópica, realizada em amostras representativas, ajudou a caracterizar a variabilidade cromática e textural das fácies graníticas e revelou, nestas, critérios mineralógicos susceptíveis de apoiar a fase de prospecção. Da integração destes dados, resultou a selecção de dois afloramentos com melhores índices de aptidão ornamental, nomeadamente, os que correspondem às sondagens S3 e S7.
Resumo: Foi desenvolvida uma metodologia analítica da Potenciometria de Redissolução a Corrente Constante (CCSA) para doseamento do ouro em materiais geológicos na gama dos ppb. A etapa de deposição electrolítica é realizada ao potencial de -800 mV, usando como electrólito suporte um meio de HCl 1% HNO3 2%. A interferência do cobre no processo de redissolução foi minimizada por introdução em excesso deste elemento nas amostras e padrões. Após ataque das amostras com água régia, o ouro é removido da matriz por extracção com acetato de etilo e posteriormente retomado pelo electrólito suporte. A aplicação desta metodologia a Materiais de Referência Certificados evidenciou para os resultados uma exactidão de 5-10% valor relativo, exibindo um limite de quantificação de 10 ppb. O método desenvolvido possui uma qualidade analítica semelhante à Absorção Atómica com Câmara de Grafite.
Resumo: A inclusão de ensaios de intercomparação, ou de outros esquemas de controlo externo (por exutilização regular de Materiais de Referência Certificados), num programa de controlo de qualidade constitui uma fonte de informação isenta, que permite ao laboratório garantir a eficácia do controlo de qualidade implementado internamente. Simultaneamente, constitui uma referência externa de exactidão dos resultados obtidos e da possibilidade da sua comparação com os fornecidos por outros laboratórios.São vários os parâmetros que podem ser calculados com a finalidade de avaliar a qualidade do desempenho de um laboratório. Alguns deles foram aplicados aos resultados provenientes de ensaios interlaboratoriais internacionais, onde o Laboratório do IGM participou com as suas metodologias de Fluorescência de RX e de Química Clássica, devidamente optimizadas para a análise de materiais geológicos.
A avaliação do desempenho proporcionou o melhor conhecimento da qualidade, em termos de exactidão das metodologias praticadas, tendo igualmente possibilitado a introdução de alguns refinamentos e de medidas correctivas de ajustamento do controlo de qualidade interno, a fim de minimizar de forma mais eficaz o aparecimento de erros aleatórios e sistemáticos inerentes a qualquer método analítico.
Resumo: No artigo presente, estuda-se a questão de intensidade-de-uso de matérias minerais fundamentais para a economia portuguesa, com o intuito de verificar o tipo de relação que o consumo das mesmas mantém com o desenvolvimento económico, bem como a importância ou irrelevância dos recursos minerais para um país como Portugal.Investigada a existência em Portugal de uma lei da procura de um material de significado tão importante como o cimento em função do rendimento, debate-se a ligação entre grandes eventos da economia portuguesa das últimas décadas e a intensidade-de-uso daquele material. Introduz-se a correlação desse estudo com o comportamento de rochas industriais importantes. Conclui-se sobre a relevância, ainda prevalecente em Portugal, das matérias-primas minerais e do seu ainda inescapável papel para o desenvolvimento económico do país.
Resumo: A fracção fina (fracção inferior a 74 micra) das arcoses do jazigo da Catraia é estudada sob os pontos de vista mineralógico, químico e tecnológico.A aplicação de uma técnica de análise multivariada aos dados obtidos permitiu a distinção entre dois grupos de amostras caracterizados pela proporção relativa de caulinite e montmorilonite.
Nessas circunstâncias, é proposto um modelo genético para os minerais argilosos capaz de explicar essa variabilidade mineralógica no seio da formação estudada e permitir utilizá-la como guia para reconstituições paleogeográficas.
A finalizar, assinala-se uma área em que é possível o aproveitamento da fracção fina das arcoses para a produção de caulino com utilização cerâmica, que corresponde, «grosso modo», à zona do jazigo mais favorável à produção de areias feldspáticas.
Resumo: O cálculo dos: limite de detecção instrumental, limite de detecção do método, limite de doseabilidade, limite de quantificação, foi efectuado no decurso da optimização de várias metodologias por Espectrometria de Emissão com Plasma Indutivo para análise de águas e de materiais geológicos.Os dados obtidos revelaram que os valores dos parâmetros dependem drasticamente do processo de cálculo utilizado, do tipo de matriz onde o analito está presente e são normalmente 10 a 100 vezes superiores aos valores dos limites de detecção fornecidos pelos fabricantes dos equipamentos.
O estudo efectuado proporcionou igualmente a definição de um outro parâmetro de quantificação do limite inferior de aplicabilidade dos métodos instrumentais – a quantidade analítica mínima detectável – o qual foi adoptado pelo Laboratório do IGM nas suas metodologias analíticas acreditadas pelo IPQ, de acordo com a norma NP EN 45001.
Resumo: O objectivo nuclear deste trabalho é rever os conceitos fundamentais do Processamento de Minérios, com uma incidência particular na problemática da Libertação de Fases por Cominuição como operação fundamental geradora da separabilidade potencial de um dado sistema particulado mineral. Com efeito, a classificação da Cominuição como operação principal, encarada apenas como simples processo de redução de calibre, esgota-se muito rapidamente quando no processo subsequente se pretende um enriquecimento em uma das fases mineralógicas presentes. A necessidade de descrever a evolução do estado de libertação ao longo do processo de cominuição, é um pré-requisito indispensável à abordagem do problema da interpretação cinética dos processos separativos o que, por si só, obriga a encarar a cominuição com um processo mais complexo de geração de novos atributos nas partículas e não apenas do calibre.Na primeira parte apresenta-se uma generalização da Teoria da Cominuição como processo bivariante, no espaço do produto cartesiano calibre x teor, tornando evidente a importância do calibre na evolução do estado de libertação de um sistema particulado e, deste modo, a noção de que a cominuição é um processo de transformação que afecta todas as propriedades relevantes das partículas – mais do que uma simples redução de calibre ou aumento da superfície específica, a cominuição é, sobretudo, um processo de geração de libertação.
Na Segunda parte, a descrição da flutuação por espumas como processo cinético de primeira ordem, bem como os frequentes desvios da realidade à descrição linear, vão ser revistos à luz da possibilidade de prever as repartições de calibre e teor através dos modelos de libertação, abrindo caminho a uma descrição fenomenológica da flutuação.
Finalmente, o trabalho consubstanciam-se num exercício de interligação de um modelo de libertação por cominuição com um modelo de flutuação, sendo analisado o desempenho geral do processo por manipulação de variáveis operacionais, como, por exemplo, o tempo de residência da moagem ou a selectividade do colector na flutuação e ensaiando minérios com diferentes características texturais, à custa da variação do teor médio e do calibre médio do grão na textura.