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tomo-76-1990

Tomo 76 (1990)


Tomo 76 (1990)Categoria: Publicações, Comunicações Geológicas, 1990 a 1999
Data de publicação: 25 setembro, 2019

15.90

O preço inclui IVA à taxa legal em vigor.

Descrição

Artigos

  1. A Mineralização Zn-Pb-Ag de Várzea de Trevões (NE Portugal)
    J. M. Farinha Ramos ; M. Bernardo de Sousa (14 páginas)
    Resumo: A mina de Várzea de Trevões é um exemplo de mineralização de sulfuretos (Zn-Pb-Ag-Cu-Sb) do Norte de Portugal. A mineralização ocorre em duas estruturas diferenciadas: predominantemente em filões quartzosos e, no seio de mármores silicificados, formando pequenas lentículas estratiformes. As rochas encaixantes (micaxistos, filitos negros, mármores silicificados e rochas cossilicatadas anfibólicas) enquadram-se na Formação Bateiras do Grupo do Douro (Câmbrico).Estes litótipos situam-se na auréola de metamorfismo de contacto induzido pelo granito de Paredes da Beira (predominantemente moscovítico, com turmalina). Indicam-se três etapas de mineralização:

    1. de temperatura mais elevada, escassamente representada e caracterizada pela presença de sulfuretos arseníferos (com Ni) e blenda ferrífera;
    2. de temperatura intermédia, que originou abundante precipitação de blenda menos ferrífera, galena, calcopirite e sulfossais de Ag, Sb, Cu (Ni);
    3. brechificação da mineralização precedente e deposição de blenda de mais baixa temperatura, sença de blendas de composição diferenciada, escalonadas no tempo.

    Destaca-se ainda a pouca relevância dos minerais de arsénio e a ausência de Bi e de outros minerais concentradores deste elemento em percentagens significativas, o que diferencia esta mineralização de outras do Norte de Portugal.

  2. Contribuição dos Encraves no Estudo Petrogenético dos Granitóides de Telões (Vila Pouca de Aguiar)
    M. E. P. Gomes (16 páginas)
    Resumo: Os granitos biotíticos de Telões fazem parte do maciço de Vila Pouca de Aguiar-Pedras Salgadas, bordo Sul, e são granitos tardi a pós-orogénicos, subaluminosos, em que se distinguem dois tipos: o granito da bordadura, granito de Souto, com encraves esporádicos e o granito hospedeiro, granito de Telões, que contém numerosos encraves de tonalito e granodiorito, metaluminosos a subaluminosos, e encraves metassedimentares, que é rodeado a Sul e a Oeste por aquele.As tendências de variação observadas para TiO2, Fe2O3t, MgO, CaO, Zn, Zr, Li, Li/Mg, Rb/Ba e Rb/Sr dos granitóides e Fet, Mg, Zn, Li, Fe2+/Mg e Li/Mg das suas biotites apresentam variações idênticas a séries de diferenciação magmática granítica e também foram encontradas em rochas híbridas. Contudo, F, Zn, Sr/Ca dos granitóides de Telões, embora mostrem variações curvilíneas regulares, têm comportamentos opostos aos de uma série de diferenciação magmática. Além disso o granito hospedeiro, de Telões, tem valores de Zr, Sr, Rb/Ba, Rb/Sr, somatório de Tr e anomalia negativa de Eu idênticos aos dos encraves, mas os valores mais elevados de P, F, Zn, Li e Rb encontram-se nalguns encraves, enquanto os valores mais elevados de Sr/Ca se encontram nos granitos. O granito da bordadura, de Souto, é o mais evoluído, com uma projecção de terras raras idêntica à dos outros granitóides, mas com anomalia negativa de Eu mais acentuada; contudo tem menos F, Zn e Li do que o granito hospedeiro, de Telões, enquanto a sua biotite tem idêntico F, mas muito mais Zn e Li do que a biotite dos outros granitóides. O granito hospedeiro, de Telãoes, e os encraves têm plagioclases mais cálcicas do que o granito da bordadura, de Souto, embora não haja uma variação regular no teor de An desde os encraves tonalíticos para o granito hospedeiro; têm biotites metamórfico-metasomáticas, enquanto o granito da bordadura tem biotite magmática, embora o granito hospedeiro afastado dos encraves tenha biotite magmática. Todos têm ilmenite como único opaco. Estes dados levaram a admitir que o granito hospedeiro e os seus encraves têm possivelmente uma origem idêntica, e serão rochas híbridas, enquanto o granito da bordadura será magmático, tendo resultado da fusão parcial de rochas metassedimentares, e ao ascender terá assimilado rochas regionais (sedimentos pelíticos com intercalações de mármores dolomíticos) sendo o maior grau de assimilação representado pelos encraves. O granito hospedeiro afastado dos encraves tem biotite magmática, o que leva a supor tratar-se do granito da bordadura contaminado junto desses encraves. Durante o processo de assimilação, terá havido efeitos metassomáticos que ocorreram particularmente nos encraves e levam a que tenham os teores de P, F, Zn, Li e Rb mais elevados. A instalação do magma granítico terá tido lugar a cerca de 700°C e terminado a sua cristalização a cerca de 450°C-580°C. O granito da bordadura tem valores de fO2 mais elevados (10-15 bars) do que os encraves e o granito hospedeiro ( 10-18 – 10-16 bars). Log (fH2O/fHf) e log (fHCl/fHf) do granito da bordadura são genericamente inferiores aos dos encraves e granito hospedeiro, enquanto os valores de log (fH2O/fHCl) são superiores e mostram tendência de aumento regular desde os encraves tonalíticos para o granito da bordadura.
  3. Geochemical Patterns of the Granitoid Rocks from the Northwest of Portugal
    J. M. Santos Oliveira (20 páginas)
    Resumo: Tomando como base a Carta Geológia 1:200000 dos SGP (Folha nº1) investigou-se o comportamento geoquímico das rochas granitóides (maioritariamente de idade hercínica) que ocorrem na região. A análise dos elementos maiores e de um cortejo de elementos-traço seleccionados, permitiu caracterizar os grandes grupos de granitóides e atribuir-lhes uma assinatura geoquímica própria.As rochas gnaissicas pré-orogénicas e hercínicas precoces têm carácter sílico-potássico e apresentam-se empobrecidas em elementos de maior mobilidade química, como F, Li, U e Zn. Os granitos de duas micas caracterizam-se por por enriquecimentos em Si, Al, B, Rb e (Ta) que denotam a existência de interferências de materiais pelíticos pré-existentes (estas rochas são consideradas por vários autores como granitos do tipo-S). Outro grande grupo, o dos granitóides biotíticos com plagioclase cálcica, é definido por enriquecimento em Ca, Mg, Ti, Mn, P, Ba, Sr, Zn, F, (Y), (W), (Sn) e (Nb). Ao contrário do grupo anterior, são visíveis linhas de diferenciação magmática. Os granitos biotíticos cristalizados tardiamente em relação às fases de fracturação frágil tardi-hercínicas (representadas principalmente pelos maciços do Gerês, Castro Laboreiro e Monção) são definidos por maiores concentrações químicas em Si, Na e Y e por empobrecimento em H2O, P, Ba, Sr, Zr, V, Cu, Zn e F relativamente aos granitos biotíticos referenciados anteriormente. Os teores elevados em Y podem estar relacionados com a génese que é atribuída para estas rochas (origem magmática).
  4. Les Elèments du Groupe du Jbel Moussa (Chîne Calcaire, Rif, Maroc): Évolutions Stratigraphique et Géodinamique au Cours de Jurassique-Crétace
    Khalil El Kadiri ; Assuncion Linares ; Frederico Oloriz (22 páginas)
    Resumo: As séries reduzidas Jurássico-Cretácico de fácies com radiolários e «ammonito-rosso» do Grupo de J. Moussa são datadas de modo directo pelas amonites, radiolários e calpionelas. Elas foram submetidas a um ensaio de análise ritmo-estratigráfico. Verificou-se que o conjunto do grupo de Jbel Moussa foi submetido durante o Liásico, a uma evolução do tipo Dorsal interna (calcários brancos compactos do Hetangiano/Sinemuriano carsificados durante o Carixiano, «ammonito-rosso» do Domeriano-Toarciano). A partir do Dogger e até ao Senoniano superior apenas as áreas oriental e meridional do Grupo (Ras Léona, J. Moussa oriental, J. Fahs) conservam uma evolução do tipo interno marcada durante este intervalo por dois longos períodos de emersão-carsificação; um durante o Dogger-Malm p. p., outro abrangendo a maior parte do Cretácico. A parte ocidental (Taoura, Juimãa, Moussa central e ocidental) conhecida então, durante o Dogger-Malm, uma sedimentação com radiolários e durante o Titónico p. p., – Berriasiano uma deposição de margas e de calcários alodápicos com Aptychus, fácies tipicamente externas.A organização do conjunto do Grupo de J. Moussa traduz o funcionamento duma margem continental instável com basculamento duplo, tanto na direcção do domínio externo do rift, como na do domínio bético, para o qual o grupo representaria uma componente meridional. A evolução desta última é o resultado do acidente de Gibraltar que dissimula, desde o Liásico a ligação entre a placa de Alboran e a Europa.
  5. Magmatismo Orogénico Varisco no Limite Meridional da Zona de Ossa-Morena
    José F. Santos ; A. A. Soares de Andrade ; José M. U. Munhá (34 páginas)
    Resumo: No sector ocidental da Unidade de Odivelas o Maciço de Beja compreende uma sequência litológica que inclui (de sudoeste para nordeste): rochas plutónicas acumuladas, a zona marginal da intrusão plutónica, complexo filoneano básico-intermédio e complexo vulcânico básico-intermédio.Nesta última subunidade existem intercalações carbonatadas com fauna do Givetiano/Frasniano. Os acumulados são adcumulados e mesocumulados gabróicos com olivina e a química mineral indica incremento da razão Fe/Mg no sentido do contacto com as subunidades hipabissal/extrusiva; localmente, este contacto é marcado pela presença de rochas dioríticas (muito heterogéneas) que deverão ter resultado da mistura (imperfeita) de diferentes magmas. As rochas dos complexos hipabissal e extrusivo sofreram intenso metamorfismo hidrotermal na fácies dos xistos verdes e anfibolítica. Tratam-se de (meta) doleritos, microdioritos, basaltos, andesitos basálticos e andesitos com as seguintes características geoquímicas: Nb/Y < 0,31 (geralmente < 0,1 nos metabasitos), TiO2 < 1,34%, Cr < 45 ppm, Ni < 25 ppm (excepto em rochas muito porfíricas) Zr/Nb > 15,6 (média de 33,6) e perfis de teores de elementos incompatíveis (normalizados relativamente ao manto primordial) com enriquecimento relativo em Th e fortes anomalias negativas em Nb. A utilização de diagramas discriminantes indica que as rochas filonianas/vulcânicas variam desde toleíticas (Alfundão-Peroguarda) a calco-alcalinas (Odivelas-Penique) e apresentam grandes semelhanças com os vulcanitos dos arcos magmáticos (orogénicos) recentes. As sequências vulcânicas estudadas evidenciam a existência de uma margem continental activa no bordo sudoeste da zona de Ossa-Morena desde o Devónico médio/superior; o processo de subducção teria induzido a abertura de uma bacia marginal (pós-arco) representada actualmente pelo ofiolito de Beja-Acebuches.
  6. Magmatogénese de Metavulcanitos Câmbricos do Nordeste Alentejano: os estádios iniciais de «rifting» Continental
    J. Mata ; José M. U. Munhá (30 páginas)
    Resumo: Nos meta-sedimentos do Câmbrico inferior e médio da região de Elvas-Alter do Chão são características as intercalações de rochas de rochas metavulcânicas máficas e félsicas. As lavas máficas do Câmbrico inferior são toleíticas e empobrecidas em elementos incompatíveis [Zr/Nb=18-37; (La/Yb)cn=0.8-1.8] enquanto que as lavas máficas do Câmbrico médio são alcalino-transacionais, apresentando padrões de elementos incompatíveis [Zr/Nb=5.4-10.5; (La/Yb)cn=5.5-12.1] típicos de basaltos intra-placa.A modelação petrogenética demonstra que estas heterogeneidades geoquímicas reflectem composições distintas das fontes mantélicas de tais magmas. Tanto no Câmbrico inferior com no Câmbrico médio a actividade magmática apresenta forte carácter bimodal. No Câmbrico médio tal deve-se à presença de rochas peralcalinas (traquitos, micro-sienitos, micro-granitos) que se terão gerado por cristalização fraccionada dos magmas representados pelas rochas máficas a que se associam temporal e espacialmente. No Câmbrico inferior assinala-se a presença, quer de riólitos antécticos, quer de rochas riolíticas, possivelmente geradas por fraccionação extrema (acompanhada por assimilação crustal?) dos magmas máficos contemporâneos. A ocorrência no Câmbrico inferior de toleíticos associados a riólitos crustais, bem como as características de sedimentação contemporânea, apontam para uma situação paleogeográfica típica dos estágios iniciais de rifting intracontinental. A subsequente migração do eixo do rift e o consequente decréscimo na taxa de fusão parcial, resultou num aumento da contribuição do manto fértil (metassomatizado) na produção magmática o que explicará o carácter enriquecido das rochas máficas do Câmbrico médio. O episódio de rifting desenvolveu-se, principalmente, ao longo do acidente Tomar-Badajoz-Córdova, sendo considerado do tipo passivo e resultante da reactivação da zona de sutura originada quando da acreção continental Proterozóica. Neste contexto, é também discutido o significado das afinidades geoquímicas de outras ocorrências de metavulcanitos no Paleozóico inferior da Zona de Ossa-Morena que se terão gerado em situação «off-axis».
  7. O Espólio Arqueológico da Lapa do Saldanha – Pernes
    Júlio Roque Carreira ; João Luís Cardoso ( páginas)
    Resumo: Neste artigo estudamos os materiais arqueológicos conservados no Museu do Serviços Geológicos de Portugal, recolhidos no século XIX, por Carlos Ribeiro numa gruta em Pernes (Santarém). Trata-se de um pequeno conjunto de que nos permitimos destacar a presença de cerâmica campaniforme incisa.
  8. Otaina Magna n. gen., n.sp., Foraminifère Nouveau du Kimméridigien du Portugal
    Miguel M. Ramalho (6 páginas)
    Resumo: Descreve-se Otaina magna n. gen., n. sp., lituolídeo bentónico, amobaculiforme, provavelmente dimórfico, caracterizado por um estado inicial enrolado, estreptospiral, passando a desenrolado, de secção arredondada, com abertura crivada e câmaras com estrutura interna complexa. Esta é composta por excrescências pedunculadas de dois tamanhos, que revestem as paredes e os tabiques das câmaras. A ausência de rede subepidérmica justifica a criação deste novo género, que apresenta afinidades com Spiraloconulus/Limognella, Torremiroella e Martiguesia. O magma ocorre em vários pontos do centro e sul de Portugal, em níveis atribuídos ao Kimeridgiano superior, depositados em ambiente marinho interno (lagunar), de pequena profundidade e de baixa energia, geralmente associado a um conjunto diversificado de outros foraminíferos e dasicladáceas.
  9. Salt Tectonics in the Algarve Basin the Loulé Diapir
    Pedro A. G. Terrinha ; M. P. Coward ; A. Ribeiro (8 páginas)
    Resumo: A cartografia em mina subterrânea do diapiro salífero de Loulé, localizado na Bacia do Algarve (SW da Península Ibérica, S de Portugal), revelou a existência de três fases de deformação, nítida e cronologicamente independentes. O sal, interestratificado com chertes, apresenta dobras e cavalgamentos com vergência para Sul, posteriormente cortados por filões básicos que se encontram apenas deformados pelas segunda e terceira fases de deformação.A primeira fase de deformação é provavelmente de idade Dogger, resultando de um movimento descendente de sal, numa superfície inclinada, durante uma fase de distensão em tectónica de blocos crustais falhados; esta fase originou dobras deitadas e cavalgamentos sub-horizontais com vergência para Sul. A segunda fase data possivelmente do Cretácico superior-Terciário inferior e está relacionada com a ascensão vertical do sal, separadas por cisalhamentos em materiais detríticos. A terceira fase é de idade terciária e quaternária, originando cavalgamentos dúcteis a frágeis.
  10. The Influence of the Guadalquivir River on Modern Surface Sediments Diatom Assemblages: Gulf of Cadiz
    Fátima Abrantes (10 páginas)
    Resumo: Com o intuito de testar a hipótese de que a produção primária induzida por «upwelling» e por decarga fluvial pode ser distinguida com base na associação de diatomáceas preservada nos sedimentos, realizou-se um estudo quantitativo da abundância e composição de diatomáceas presentes nos sedimentos superficiais do Golfo de Cádis. A importância para a produtividade primária dos nutrientes introduzidos pelos rios ou nas zonas costeiras está claramente reflectida pelo modelo de distribuição das diatomáceas.Na área adjacente à foz do rio Guadalquivir, a abundância de diatomáceas é da mesma ordem de grandeza dos valores encontrados na costa nordeste de Portugal, uma região caracterizada por «upwelling» sazonal. Relativamente à composição das associações, a espécie Thalassionema nitzschioides aparece como a espécie dominante na zona sudoeste portuguesa, uma região caracterizada pela ocorrência ocasional de upwelling, enquanto que nas áreas de upwelling intenso e/ou persistente, a associação é dominada pelo género Chaetoceros. Estes resultados indicam que o estudo das associações de diatomáceas nos sedimentos permitirá apenas distinguir entre situações de upwelling intenso e/ou persistente e situações de upwelling ocasional ou produtividade causada por descarga fluvial.

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