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Artigos
- Características Hidrogeológicas dos «Calcários de Moura»
Augusto T. Marques da Costa (10 páginas)
Resumo: As características físicas do aquífero menos profundo na cidade de Moura (sul de Portugal), correspondentes aos chamados «Calcários de Moura», são calculados a partir de um conjunto de ensaios de aquífero. Foi possível explicar o comportamento «anómalo» de um dos furos estudados, caracterizado por ter deixado de apresentar artesianismo repuxante, utilizando o respectivo ensaio de recuperação, entre outras técnicas, o que possibilitou o posicionamento da base do aquífero. É igualmente discutido o efeito do limite do aquífero na evolução de níveis durante o bombeamento. - Estudo dos Graptólios Silúricos do Flanco Oriental do Anticlinal de Moura-Ficalho (Sector de Montemor- Ficalho, Zona de Ossa Morena, Portugal)
J. M. Piçarra ; J. C. Gutierrez-Marco (8 páginas)
Resumo: Estudaram-se os graptólitos descobertos na Formação de Negrita, unidade diferenciada nos «Xistos de Moura», num local situado no flanco oriental do anticlinal de Moura-Ficalho (área do Sobral da Adiça). A associação de graptólitos pode atribuir-se claramente ao Telychiano terminal (parte alta do Landoveriano superior), com base em critérios morfológicos e de correlação dos monograptídeos estudados. Os exemplares dão uma contribuição importante na estratigrafia do sector de Montemor-Ficalho, dado que constituem a primeira prova real de materiais silúricos.
Têm um interesse adicional de ser a datação paleontológica mais meridional do Silúrico no Maciço Hespérico. - La Faune de Petits Dinosaures du Crétacé Terminal Portugais
M. Telles Antunes ; D. Sigogneau (14 páginas)
Resumo: Pesquisas que efectuámos dizem respeito aos dinossauros post-campanianos das jazidas de Portugal – Aveiro, Viso e Taveiro (cf. ANTUNES & SIGOGNEAU-RUSSELL, 1991, e o presente trabalho). Permitiram chegar às conclusões seguintes:- as jazidas em causa deram uma fauna de dinossauros relativamente diversificada, antes insuspeitada, a qual parece ser a mais variada do Cretácico terminal da Europa, no estado actual dos conhecimentos;
- são citadas, pela primeira vez para o Cretácico terminal europeu, famílias que, então, apenas eram conhecidas na América do Norte e na Ásia: Troodontidae, Pachycephalosauridae e provavelmente Coeluridae;
- observa-se a máxima variedade nos Terópodes; ao contrário, os Saurópodes estão representados por um único dente, e os Ornithischia por um número limitado de exemplares;
- as jazidas estudadas representam duas associações diferentes, apesar de haver alguns elementos em comum; a de Taveiro corresponde, tendo em conta o conjunto dos dados disponíveis, a um ambiente mais terrestre do que a de Aveiro; quanto a Viso, jazida que não foi objecto de lavagem-crivagem, deu poucos exemplares mas parece, pelas suas características, relacionar-se com Aveiro;
- a associação de Taveiro mostra afinidades com as do Cretácico terminal e do Puercoano basal dos Estados Unidos; por conseguinte, não nos parece de excluir que aquela jazida corresponda à base do Plaeocénico, o que, de resto, reduziria o hiato entre Taveiro e a jazida do Eocénico basal da Silveirinha, a qual está em continuidade geográfica e estratigráfica com aquela;
- dentre os dinossauros, só foram colhidas formas de porte médio (raras) a pequeno ou minúsculo; é de notar a falta total de formas gigantes, tanto mais que fóseis de tamanho relativamente grande provém das mesmas jazidas, no caso de outros grupos de vertebrados;
- a ausência de dinossauros gigantes, que, contudo, eram frequentes até o Cenomaniano superior português (inclusive), leva a pensar que a sua extinção se verificou antes do fim do Cretácico, sem dúvida na grande regressão que, progressivamente, reduziu o golfo oeste-lusitânico no decurso do Senoniano, Maastrichtiano e até o Paleogénico. As modificações ambientais teriam poupado temporariamente, em grau variável, os pequenos dinossauros, menos sensíveis poe serem menos exigentes.
- a decadência e subsequente extinção dos dinossauros nesta parte da Europa não parecem, portanto, resultar de um acontecimento catastrófico; podem ser atribuídas à degradação climática consecutiva da regressão generalizada post-Cenomaniano, bem como às profundas transformações paleogeográficas e ambientais com esta relacionadas.
- Mineralização Filonianas Associadas a Cisalhamentos Pós-pegmatóides do Campo Aplito-pegmatítico de Arga-Minho
C. L. Gomes ; Orlando da Cruz Gaspar (18 páginas)
Resumo: O campo aplito-pegmatítico de Arga – situado entre Ponte de Lima e Caminha, no Minho – está instalado em metassedimentos silúricos. A sua colocação é controlada pela interferência da deformação regional F3, intravestefaliana, com a amplificação diapírica do plutonito de Arga. Posteriormente, à sua colocação e em regime dúctil-frágil precoce, os aplito-pegmatitos e o encaixante são igualmente afectados pelo deslocamento envolvente do plutonito que varia de tangencial a transcorrente sinestrógiro. Como resultado surgem superfícies, bandas de cisalhamento e roturas distensivas associadas com enchimento dominantemente quartoso e mineralizações de As, Zn, Fe, W, Pb, Cu, Bi, Ag e Au. Estas mineralizações são posteriores à da cassiterite que ocorre nos aplito-pegmatitos, e correspondem a três tipos de situações:- veios dilatacionais intra aplito-pegmatíticos de extensão métrica – N30°-70°E;
- veios dilatacionais em corredores de cisalhamento entre maciços graníticos de extensão decamétrica – N70°-90°E;
- mineralização polimetálica, complexa, em deposição sucessiva ao logo de lineamentos NW-SE, com extensão quilométrica.
O lineamento Argas-Cerquido corresponde a uma zona de cizalhamento polifásica iniciada como uma cone-sheet aplito-pegmatítica. Os três tipos de situações ocorrem neste ligamento que assim constitui uma chave para a caracterização integrada da totalidade das mineralizações pós-pegmatóides
- Planaltos do Nordeste da Bacia Terciária do Tejo (Portugal)
A. Martins ; B. P. Barbosa (10 páginas)
Resumo: Nos planaltos do Nordeste da Bacia Terciária do Tejo, identifica-se uma superfície culminante equivalente a superfície de acumulação, com altitudes diferentes a norte e a sul de Ponte de Sôr. Na superfície culminante desenvolvem-se vários níveis embutidos, escalonados em concordância com as diferentes posições daquela superfície. Assinala-se, a norte de Abrantes, um bloco balançado para o Tejo e, na restante área da superfície culminante, degraus identificados com acidentes tectónicos, de fraca expressão morfológica, confirmados por referência estratigráfica de valor regional. - Upper Jurassic of the Alcobaça Region. Stratigraphic Contribution
B. Marques ; F. Olóriz ; P. S. Caetano ; R. Rocha ; J. C. Kulberg ( páginas)
Resumo: As unidades do Jurássico superior da região de Alcobaça («Camadas com Pholadomya protei», «Camadas de Alcobaça» e «Grés Superiores») foram originalmente definidas por P. Choffat, tendo todos os trabalhos efectuados por outros autores tomado como base as datações então admitidas por P. Choffat.A referência à existência de aminóides encontrados em cortes efectuados na unidade das «Camadas de Alcobaça» por aquele autor («Apontamentos Inéditos»), despertou o interesse pela realização de trabalhos mais pormenorizados que possibilitassem um conhecimento e uma precisão estratigráfica maiores. Os objectivos foram atingidos através da realização de cortes geológicos pormenorizados e do estudo dos aminóides neles encontrados. A presença dos aminóides permite atribuir a parte inferior da Formação das «Camadas de Alcobaça», que na região contacta por falha com o núcleo do diapiro das Caldas da Rainha, ao Kimeridgiano inferior (intervalo no interior da Zona de Playtona) e o topo, que contacta com os «Grés Superiores», ao Titónico inferior (em torno ao limite das Zonas de Hybonotum/Allbertinum). Permite ainda, estabelecer correlações com outras unidades definidas para o mesmo intervalo de tempo, Jurássico superior, de outras regiões de Portugal e datar as superfícies de descontinuidade sedimentar individualizadas.